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Ao percorrer os 48 Km da ciclovia do Dão em bicicleta vive-se o antigo trajeto da linha do comboio de Viseu a Santa Comba Dão.
Á memória afluem constantemente os nostálgicos sentimentos memorizados no subconsciente, a quem coabitou com o comboio neste percurso há poucas décadas atrás.
Desde simples objetos sinaléticos até postes de telégrafo, ainda patentes a cada quilómetro, reinterpretamos continuamente a multiplicidade de vestígios com a redescoberta, quando os mesmos ocupavam uma função vital no funcionamento da linha férrea.
Um passeio num mundo à parte, selvagem, contornado por bosques e montanhas, onde o nosso olhar flutua quilómetro a quilómetro, e o pensamento constantemente interage com o presente e pretérito, o próximo e o longínquo, o real e o imaginário, a compreensão diferenciada na procura de diferentes sensações ideias e perceções, para além da realidade. O longo passeio que, relaxadamente se percorre num dia, cria e interage com a na nossa estrutura mental, resultando a consequente imaginação individual a estabelecer uma relação de semelhança entre realidade e criatividade, o presente e passado comparativo e subentendido.
Um passeio onde nos afastamos por umas horas de compromissos e responsabilidades, em que esta irrealidade, é uma faceta da realidade da vida. Um encontro com o diferente e as circunstâncias adequadas à imaginação.
Assim, o relaxante passeio neste epopeico percurso do Séc. XIX, XX, representa para cada indivíduo no seu espírito, o cenário da sua imaginação, cultura, vivências anteriores, e para o intelectual de hoje, a libertação à pressão da sociedade contemporânea e a necessidade da pesquisa dos seus valores de referência e identidade.
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